
O Cinema Português tem inovado em termos de oferta, apelando a emoções e sentimentos vividos sobre a persona, público-alvo, conquistando audiências na indústria cinematográfica nacional, e contribuindo para a retoma progressiva da volta ás salas de cinema.
Depois da estreia e sucesso de “Variações” chega-nos agora um filme sobre as “Doce”, “Bem Bom” realizado por Patrícia Sequeira (que também realizou o filme “Sue”).
Assisti a este filme … Apesar do fenómeno Doce se ter centrado entre 1980 e 1986, a verdade é que cantei, todas as letras de cor, ainda hoje… passados tantos anos! Claro que se deve a maestria de TozéBrito, mas também do fenômeno causado pela própria banda, indo desde a irreverência, à coreografia e facilidade de apreensão das músicas.
Muitos foram os espetáculos que eu, minha irmã e meu primo e amigos, proporcionamos ás nossas famílias, em que tinham que adquirir um bilhete, furado com o corta-latas. Muitos foram os cremes que usamos, os saltos e sapatos mais ousados da minha tia, e a pele revestida a palhinhas cortadas e coladas à pele com exagero de cremes. Os fatos de banho e trajes da minha Tia que nos incentivava, hospedeira na altura da TAP, com acesso a meios nacionalmente vedados, contribuiam na altura para darmos um toque ousado aos nossos espetáculos.
A verdade é que estes filmes são um golpe de mestria de despertar de emoções. Muitas são as amigas que se juntam para assistir ao filme. Muitas são as recordações que o filme nos proporciona, muito embora na altura, não tínhamos idade para compreender muitos dos temas abordados. Só queriamos cantar, dançar e viver livres.
O Cinema Português encontrou a sua Persona. As histórias Portuguesas de maior emoção a serem vividas de novo na tela. Parabéns!!!
Rita Araújo